sexta-feira, 3 de agosto de 2007

O Barba Ruiva, o de Goiânia.

Eu tenho vários amigos, vários mesmo. Mas, há uns que são mais amigos, mais colegas, mais confiantes e mais confiáveis. Tem um deles, só pra ilustrar, que é meio estranhão. Ele sempre dorme aqui em casa e vive pedindo meus ''shorts'' emprestado, usa escova de dente nova e ainda leva pra casa.
Esse amigo tem o péssimo hábito de comer muito. Ele come meus miojos de brócolis, as bolachas do meu pai e fica me pedindo, a noite inteira, pra eu fazer suco de cupuaçu. Ele é tipo que acorda na hora do almoço, come minha soja, liga pro pai dele e vai embora. Ê amizade, viu?
Mas não é feito só de defeitos, não, não. Ele tem uns pêlos ruivos no meio da barba negra. Se eu tivesse a barba ruiva, diria que sou parecido com o Amarante. Mas ele, como bom hardecoriano que é, diz que não se importa com a barba e que ela é só um acaso natural.
Além de comer todos os meus miojos, ele ainda me atormenta bastante! Fica dizendo que eu vou morrer por causa do cigarro, diz que minha barba é falhada, implica com as marcas de espinha na minhas costas e ainda me chama de ''acreano viado''. Ê amizade, viu?
Mas, mesmo com tudo isso, eu gosto dele. Ele é assim, meio esquisitão, mas de vez em quando chega aqui em casa contando histórias de ''roqueiras que querem emagrecer''. É um menino cobiçado, percebe?
É, ele é meu amigo. Só resta saber se, quando ele já for careca, nós ainda comeremos miojo e ouviremos ska cubano.

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