terça-feira, 31 de julho de 2007

Poço de Hombridade

''Desde que eu me entendo por gente,
Volta e meia eu tenho o mesmo sonho.
Quer dizer, são dois os meus sonhos recorrentes,
Mas um deles nem é tão ruim assim.
Nesse outro, que é o mais pertubador de todos,
Eu me vejo conversando com um pequeno grupo de pessoas
quando,
De repente,
Eu sinto todos os meus dentes se soltando na minha
boca,
Sem qualquer explicação razoável,
Todos eles tentando avançar na direção da minha
garganta.
Sem outra opção,
Eu encerro a conversa imediatamente
E saio andando com pressa na rua,
Tentando fazer com quem ninguém perceba o que está
acontecendo
O que se revela um esforço completamente inútil,
Porque os dentes
(supreendentemente brancos, volumosos e arredondados)
Começa a escapar da minha boca,
Empurrados por uma violenta cachoeira de sangue,
E espalhafatosamente caem na palma da minha mão.
Desesperado, eu tento perdir socorro e o sonho acaba.
Exatamente aí.
Eu acordo sempre nessa parte.''

Jair Naves.

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