sábado, 24 de janeiro de 2009

maranhão e seus dois lados

Algo com sotaque nordestino, português certinho e jeito despreocupado. Com sotaque, pra não ser, ou soar, imparcial. Coisas parciais são mais interessantes, pessoas parciais são bem mais interessantes. Jornalistas precisam ser imparciais, você não. Soar bonito, só isso que é preciso. Alguma coisa boa de fundo, com sotaque. Isso.
Comecei falando de sotaques por lembrar das férias. Da mistura de sotaques, das pessoas que conheci no nordeste, dos gostos e cheiros. A sensação de liberdade, andar pela praia antes do sol se deitar. Todas as conchas, os mariscos e o futebol acontecendo ali. O melhor momento do dia era depois do futebol, sempre havia um cigarro me esperando, e a água do mar era sempre boa.
A vontade de voltar era pouca, e as pessoas daqui me faziam falta. Você pode estar no melhor lugar do mundo, mas se tiver longe de quem gosta, as coisas perdem um pouco do brilho. As bebedeiras, o jazz, os amigos, as pessoas por conhecer, a faculdade... Pelo menos há do que sentir saudade. Passei a valorizar o normal e a entender o alheio.
E além de tudo, aprendi a parar. A parar, ver e entender. Quebrar a tal visão de senso comum, fazer com que as coisas passem a ter um sentido aplicado, mas sem uma lógica determinada. Tomar atitudes se preciso. Admitir o erro, a arrogância e deixar o ego de lado. Pelo menos em tese.
Sei que isso mais parece um daqueles textos do Paulo Coelho, em que ele fica falando em ser alguém melhor e em fazer isso ou aquilo, pro bem dos que o cercam. Mas, sinceramente, é mais que isso.

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