quarta-feira, 4 de março de 2009

não solta da minha mão!

Ao fim de um longo corredor há uma janela, pela qual a claridade entra. O telhado, que provavelmente cobre a garagem, é de folhas de zinco e reflete a luz de um modo irritante.
A psicóloga do hospital, muito bonita por sinal, ajudou a me acalmar e foi ela quem me deu as primeiras notícias.
Quando a coisa em si aconteceu, encostei a cabeça na junção das paredes e deixei as lágrimas correrem. Fiquei ali, enquanto um jovem médico se desesperava e dizia:
- Rápido! Rápido!
Depois de uns anos, rezei. Disse duas frases rápidas, ao lado da saída da UTI, e me senti ainda mais fraco.
- Se você realmente existe, tira meu velho dessa!
- E que seja feita a sua vontade, amém.
Só conseguia fumar e olhar pro relógio, e a certeza de que ele ficaria bem se concretizou.

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