domingo, 3 de fevereiro de 2008

quereres!

é nesse curto espaço de tempo, nesse intervalo que existe entre a fala e o pensamento, que os seres se entendem. é no gesto, no morder de lábios, no jeito que o cabelo cai sobre a testa, sabe?
é algo simples, muito simples.
é a vontade de ficar junto, de ter um pouco de paz, de ser melhor. é o jeito de falar, o jeito calmo e sereno de falar. é a amizade, as brigas, o espaço que separa as casas, as ruas, a chuva. santa chuva!
o jeito que tudo se faz, o mistério envolvido nisso... genial, né? é o silêncio, o longo e consumidor espaço entre as falas, entre os olhares. é como se tudo indicasse um caminho, tudo mesmo. é como se a rodovia fosse de mão única, o único destino é aquele. tudo, todos, nós e outros.
levar assim é cansativo em demasia. o que resta é o que sempre sobrou, aquilo que a gente sempre teme. aquele sentimento de insegurança, de incerteza. é aquele frio na barriga, aquela mão gelada, aquele biquinho ao falar, aquela frase com sonoridade engraçada.
e é isso, né? eu gosto de ser assim, acho que gosto. é bom se perder, se achar, voltar a se perder... definir isso seria limitar algo que não tem nada de formal, nada normal, nada de filme americano.

Nenhum comentário: