terça-feira, 11 de setembro de 2007

O fogo na construção

É assim. Com a janela fechada, com o disco rodando e com o olho vermelho. É assim. Não podia ser assim, não mesmo. Era pra ser iluminado com uma construção que tem fogo na ponta, era pra eu estar deitado no cimento, era pra ser bonito.
Era pra ter cerveja de graça. Era pra ser daquele jeito.
Não era pra eu ouvir essa música e sentir vontade de chorar. Não era pra eu fumar, era pra eu parar.
Era pra ela. Ela tinha. Ela não doia, nem berrava quando estava caindo.
Não era pra eu acordar cedo, com meu irmão batendo na porta e pedindo minha mochila. Não mesmo. Era pra eu dormir bem, acordar mais tarde, ir até o lugar planejado e comer algo bem feito e um café quente. Depois, se eu ainda não estivesse aqui, eu fumaria um cigarro e ela diria o mesmo de sempre. Faria cara de contente, me abraçaria e a gente sairia desse lugar (lugar esse que, na verdade, nem estava nos planos. né?).
Ela me olharia e diria: -''Ahhh!''
A gente se abraçaria, sairia andando e dobrariamos a esquina.
Não era pra eu estar aqui, não era pra estar lá. Não era pra eu ter dito isso.
Era pra ela ler isso. Mas, com certeza, ela vai estar ocupada com o seu novo velho amor. E eu, enquanto isso, vou ficar pensando se deveria, ou não, ter feito tudo isso.
Só para esse texto não acabar assim, meio arredio, eu digo que estou bem. Estou com roupas limpas, bem alimentado, em casa. Estou bem. E você? Tomara que não esteja ouvindo Cat power.

2 comentários:

Tahiná-Khan disse...

Tem razão, nao era para as coisas serem assim. De qualquer modo, Cat power é bem melhor que los hermanos...

Nayla de Sá disse...

maybe not